Iniciativa

Associação capacita mulheres e LGBTQIA+ para o mercado de trabalho

Grupo está sendo instruído em costura com uso de máquinas industriais; novas turmas de atividades variadas são abertas frequentemente

Volmer Perez -

Dois grupos de dez mulheres passam as tardes de segundas e terças-feiras aprendendo um novo ofício: a costura. A atividade é uma das várias oferecidas pela Associação das Vilas Reunidas Fraget, que tem como objetivo instruir pessoas para o empreendedorismo, geração de renda e ampliação de oportunidade no mercado de trabalho. Interessados podem deixar o nome com a associação para participar de novas turmas.

Os cursos de costura, seguido do de artesanato, são os mais procurados pela comunidade atendida pela associação: as áreas das Vilas Farroupilha, Real, Aurora, Guabiroba, Elza e Treptow. No entanto, as atividades são disponibilizadas para os interessados de qualquer localidade de Pelotas. Sem nenhum custo, as instruções são oferecidas por módulos, desde a costura inicial, para aqueles que não têm nenhum conhecimento prévio sobre a prática, até a costura mais avançada, com máquinas industriais. Geralmente nos cursos são compostos por turmas de 15 a 20 alunos devido ao número de máquinas de costura disponíveis.

A aposentada Odina Farias, 65, é uma das alunas do curso de costura industrial. Ela aprendeu a atividade do zero na associação e hoje está sendo instruída no módulo mais avançado para lidar com os equipamentos industriais. Mais do que o aprendizado de uma nova habilidade, o curso possibilitou uma renda extra que já representa parte significativa do orçamento da casa, que é responsabilidade exclusiva dela, já que no momento o marido está desempregado. "Já estou costurando há algum tempo. Faço reformas de roupas e uma vez por semana eu trabalho limpando uma residência. A costura ajuda bastante na minha renda. Todos os cursos que têm, eu participo. Já é o terceiro de costura", conta.

Carmesita Rosas, 60 anos, também está no terceiro curso de costura na associação. Ela diz que utiliza os aprendizados para produzir bonecas e artesanatos no grupo da associação dedicado à venda das produções. "Toda vida gostei de artesanato e aqui me aperfeiçoo. A gente aprende as habilidades e vamos inventando. Agora estamos fazendo aqui roupas para nós mesmas." À noite, Carmesita trabalha como cuidadora de idosos, usando o período diurno para se dedicar à costura. Tarefa que considera mais do que um complemento de renda, pois já considera uma paixão.

Foco em quem mais é excluído

Os cursos são voltados não só às mulheres da comunidade. Pessoas LGBTQIA+, parcela da sociedade que enfrenta grandes dificuldades para ter acesso ao mercado de trabalho, também fazem parte do processo de aprendizado.

De acordo com a secretária da Fraget, Cristiane Miranda, a associação tem como princípio a economia solidária. Nesse sentido, os alunos das etapas mais avançadas auxiliam os iniciantes, passando adiante tudo aquilo que aprenderam. "É um ciclo de aprendizado, onde um aprende uma coisa e vai repassando para os outros. Isso facilita muito e também fortalece os próprios grupos", explica.

Novos aprendizados

Previsto para breve, apesar de ainda não ter data definida, o próximo curso terá como objetivo a elaboração de produtos artesanais a partir de lã. E a procura tem sido grande, restando apenas três das 15 vagas disponíveis. Já para o mês de novembro, a projeção é de iniciar formação para o preparo de alimentos congelados para venda. Já em janeiro, o cronograma prevê graduação de modelagem de roupas.

A secretária explica ainda que, geralmente, uma formação é concluída e outra turma é fechada para mais um curso. Costura e artesanato são os que mais ocorrem, pois são os segmentos de maior demanda. Na associação há três salas dedicadas às práticas de costura. Inclusive, os alunos que concluíram o aprendizado, mas não possuem acesso a máquinas para começar o seu empreendimento, podem utilizar as disponibilizadas pela Fraget.

Para participar ou comprar

Os interessados nos cursos podem deixar o nome na Associação Fraget, localizada no bairro Fragata, na rua Jornalista Carlos Andrade, 260, das 8h às 17h, ou ainda pelos telefones (53) 98434-7194, (53) 99112-6781 e (53) 98413-6007. As práticas contam com a parceria da Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários do Rio Grande do Sul (Unisol), que doa os materiais necessários.

A compra das produções dos alunos da Associação Fraget, pode ser feita na página do Instagram "Mimos e Fuxicos Pelotas" (@mimosefuxicospelotas), dedicada à exposição das confecções.

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